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17 agosto 2009

Da palavra

Por Celeste Arruda
Carlinhos Brown já diz em uma canção:“... Os livros não são sinceros...”. E pensando a respeito precisamos ter cuidado com o que lemos. O advento da tecnologia facilitou para muita gente o acesso a edição de um livro. Tem muita coisa séria, e muito absurdo também, espalhado por ai.
Vivemos uma democracia que nos permite a todos, escrever, dizer, cantar, falar, usar da palavra da maneira que quisermos a respeito do que desejarmos. O desafio é a responsabilidade de adquirirmos educação e bons conceitos que nos permitam discernir e saber selecionar a boa música, a boa leitura.
Ao buscarmos conhecimento a respeito do culto ao Orisa, onde temos escassos depoimentos valorosos, esse tal uso da palavra se faz necessário e constante, em função disso tem muita gente falando, mas, o que temos a disposição, de qualidade e valor, é raro. Existem muitos livros escritos sobre Orisa, Nkissi, Vodun, Exu, Caboclos, falando o possível e o impossível, ensinando a “fazer santo” e tudo mais, em nações e cultos variados, a todo gosto.
O fato de encontramos “enxurrada” de livros com informações a respeito de uma religião que, a algum tempo atrás, nem era reconhecida como tal e da qual pouco se falava, é um forte motivo para se refletir a respeito dessa onda de orientadores impressos por ai. Insistimos em dizer que, raro, raro é o autor que tem base e fundamento para falar das Divindades Africanas e dos seus respectivos cultos.
O que aconselhamos aos nossos leitores é que busquem a orientação de seus mais velhos, sempre. Esta é a mais segura fonte de informação, assim como, em algumas poucas casas de Asé, as próprias divindades nelas cultuadas podem ser, dependendo da fé e do respeito a elas atribuídas, uma fonte inesgotável de revelação dos mistérios do Axé, e partindo verdadeiramente delas, certamente, o segredo só será revelado aqueles que saibam reverenciá-lo e preservá-lo.
Publicado em Informativo Alafioana - nº7/2008

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